Monty Soungpradith

Fotógrafo criativo entusiasmado com colaborações, voltado para a família

Fotografia é muito mais do que apenas uma bela fotografia para mim. Eu seguro uma câmera na mão desde os 14 anos. Não entendi nem explorei completamente o que isso significava para mim até que meu pai ficou doente e estava prestes a nos deixar. Me apaixonei pela câmera Kodak Disc 4000 e chorei durante meses, implorando aos meus pais que a comprassem. Infelizmente, não estava no orçamento. Mas então, pouco antes de meu pai falecer, ele me comprou aquela câmera, e lembro-me de documentar tudo na minha vida. Lembro-me de como me senti conectado a tudo através daquela lente. A última fotografia que tirei com aquela câmera foi do meu pai em seu caixão, e nunca mais a peguei por muito tempo.

Perdi a câmera em 1991. Saí para a faculdade e me formei em Psicologia, Criminologia e especialização em Sociologia. Durante minha estada lá, também estudei fotografia artística como um curso extracurricular e lembro como foi emocionante voltar a fotografar. Voltei para casa procurando meu querido Kodak Disc 4000, mas nunca o encontrei.

Eu me acomodei, sabendo que isso havia desaparecido para sempre. Casei-me em 2000 e nosso primeiro filho nasceu dois anos depois. Logo depois que nosso segundo filho nasceu, em 2005, eu tinha esquecido dessa câmera. Com o nascimento dos meus filhos, o meu amor pela fotografia reacendeu-se e voltei a documentar, mas desta vez do nascimento e da vida dos meus filhos e não da morte e falecimento do meu pai.

Apaixonei-me novamente pela fotografia e fui atraído por ela; isso me fez feliz.

Comprei minha primeira câmera DSLR em 2003 para documentar meu filho. Aquela vontade de fotografar tudo na minha vida voltou como se eu tivesse 14 anos de novo. Percebi então que a fotografia está no meu DNA. Também reconheci que a fotografia, para mim, era uma forma de terapia para lidar com a ansiedade e o estresse da morte do meu pai. A fotografia se tornou algo que trouxe sentido e alegria à minha vida. Criar significava viver, e criar era essencial. Isso me ajudou a processar a complexidade dos meus pensamentos e emoções que eu não conseguiria expressar de outra forma.

As histórias visuais que criei com minha câmera tornaram-se parte da minha compreensão de uma maneira totalmente diferente. Pegar uma câmera me permitiu ver e capturar o mundo ao meu redor de uma maneira nova e perspicaz, observando o que estava ao meu redor que eu nunca teria notado antes. A fotografia me tornou um observador melhor, permitindo-me encontrar beleza nas coisas mais simples ao meu redor e apreciar ainda mais a vida.

Acredito que uma fotografia é uma passagem de volta para um momento que de outra forma seria esquecido. Quer seja a foto selfie imperfeita e embaçada e risonha guardada em seu smartphone ou uma impressão que seu pai preservou meticulosamente desde que você tinha dois anos, essa foto tem muito significado agora em nossas vidas, mesmo quando esse momento já passou.

Então, lembra daquela câmera Kodak Disc 4000? Durante o verão de 2017, meu segundo filho estava competindo no speedcubing (isso é resolver os Cubos de Rubik super rápido para quem não conhece). Aparentemente, é uma coisa. Viajamos por todos os EUA para ele competir e, um dia, pousamos em Detroit, Michigan, para a final. Durante nosso intervalo para o almoço, visitamos uma loja de câmeras próxima que estava fechando e, quando chegamos lá, tudo na loja estava vazio, exceto por uma caixa na prateleira. Perguntei gentilmente ao proprietário o que havia na caixa. Ele disse: “Se houver alguma coisa aí, você pode ficar com ela”. Sem que ele soubesse, uma câmera Kodak Disc 4000 praticamente nova estava naquela caixa, exatamente igual à que eu havia perdido. Compartilhei a história sobre a câmera com ele, e ele gentilmente me presenteou com ela, e eu a guardo desde então. É o meu PORQUÊ e o meu propósito de acordar fazendo o que amo porque a fotografia me traz um significado e uma alegria diferente de tudo que já conheci.