Severine Reynaud
Ganhei minha primeira câmera (com filme...) no meu aniversário de 12 anos (sou um dinossauro!). Foi um presente incrível para mim. Sempre vi minha mãe pegar sua câmera durante nossas férias ou ocasiões especiais e fazer seus próprios álbuns de fotos. Eu finalmente seria capaz de tirar fotos, revelá-las e criar meus próprios álbuns! Quanto tempo passei com minha mãe escolhendo as fotos, organizando, olhando... Esses álbuns me acompanharam para sempre. Como estudante, eles se sentavam na minha pequena sala da universidade. Todos os meus amigos, sem exceção, tinham direito a uma exibição que poderia durar uma noite inteira.
Tive então a minha primeira SLR (sempre analógica... a coisa do filme), com a qual comecei a tirar fotos para além de guardar memórias. Foi nessa época que desenvolvi um lado artístico nas minhas fotos. Eu gostava de fotografar coisas particulares, detalhes que as pessoas não olhavam ou viam. Saí para passear na natureza e tirei fotos de raízes de árvores, sombras, troncos… Fotografei pombos, plantas, pedras velhas, etc… Foi também a época dos meus primeiros filmes a preto e branco. Então veio a nova era digital (youhouhou)! Habituado a filmar, não fotografava sem pensar (mas mesmo assim era muito bonito e muito mais barato...) Uma certa magia ficou com o filme, aliás alguns fotógrafos voltam a ele. Um dia talvez eu também... Quem sabe?
Comecei a assinar revistas de fotografia, a olhar para o meu ambiente de maneira diferente. Mas a fotografia era então apenas uma paixão que mal tinha tempo para praticar...
Depois terminei meus estudos e trabalhei continuando a fotografar assim que tive oportunidade. Eu era apenas um amador, mas fiz com meus meios e gostei.
Em 2011, enquanto trabalhava como engenheira metalúrgica e vivia em casal, minha vida ia mudar e tomar um novo rumo: ia ser mãe para minha maior felicidade. Circunstâncias um pouco complicadas fizeram com que, quando meu filho nasceu, eu me encontrasse desempregada. Outras circunstâncias também me dificultaram encontrar trabalho na minha área… Como jovem mãe, queria estar o mais disponível possível para o meu filho (a quem fotografei o dia inteiro, podem imaginar).
Aí surgiu a questão da reeducação… Na mesma época, uma amiga muito querida estava grávida… Já tendo fotografado outra amiga grávida um ano antes, reproduzi a experiência e saí de casa dela dizendo para mim mesma: “Ah se eu pudesse fazer isso todo dia ...". Se eu tivesse que analisar as fotos tiradas na época, diria que realmente não são nada profissionais! Mesmo que eu estivesse feliz comigo mesmo, também estava ciente do trabalho a ser feito para poder me chamar de "fotógrafo"... E foi o que fiz... trabalhei, tive aulas, li artigos, olhei o que estava sendo feito, depois fotografei sem parar, procurando meu estilo... Esse trabalho nunca acaba …
Demorei um pouco para realmente embarcar nessa louca aventura e, em fevereiro de 2014, criei meu próprio negócio!
Viajei em casa (ou ao ar livre) para fazer ensaios fotográficos de Gravidez, Newborn e Família, como ainda faço. Mas durante os primeiros 2 anos, propus 2 formas de fotografar na mesma sessão: Natural e Pose (com acessórios e fundos, quase como no estúdio). De fato, existem várias maneiras de abordar a fotografia. Percebi rapidamente que a parte "posada" e "adereços" não combinava comigo, mas demorei um pouco para tomar a decisão de interromper completamente essa parte. Agora que só faço fotos “naturais” com base na autenticidade e nas emoções, desabrocho mais, me encontro e sinto ainda mais prazer nas sessões fotográficas. O que eu gosto nessa maneira de fazer as coisas,